O
deputado federal Fábio Abreu (PSD) explicou seu posicionamento favorável ao
projeto que limita a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e
Serviços (ICMS) sobre combustíveis, energia, gás natural, comunicações e
transportes coletivos. Para o parlamentar a proposta irá beneficiar a população
brasileira e aliviar o preço de serviços que tem passado por constantes altas
na inflação. Apesar da intenção, o deputado esclarece que o projeto só será
eficaz, em caso de mudanças na política de preços da Petrobras.
“Votei favorável ao projeto,
porque é uma iniciativa que visa beneficiar a população brasileira, que já
sofre muito com essa questão de aumentos sucessivos do combustível. Mas também
precisamos esclarecer que essa é uma iniciativa que se não vier associado à
mudança de política de preços da Petrobras, não vai trazer uma redução
significativa nesses valores. Atualmente, apenas os acionistas se beneficiam da
estatal, que entregou a eles R$ 101 bilhões relativos ao exercício de 2021”,
disse o deputado.
Fábio Abreu ainda comentou sobre o impacto que a
proposta trará para os estados, no que diz respeito à arrecadação por causa da
redução do ICMS. “Um outro problema, é o governo federal querer argumentar que
não haverá perdas. Mas, conforme estimativas apresentadas pelo governo do
estado, apenas no Piauí, o prejuízo seria de R$ 1 bilhão. Isso enseja em
possibilidade de atraso de salários e mais uma série de dificuldades que os
governadores teriam. Por isso, tem que haver uma compensação de repasse do
governo federal para os estados, e isso vai acontecer. Por esse motivo
confirmei o meu voto à proposta”, reiterou o deputado.
Entenda o PL: A Câmara dos Deputados aprovou na última
quarta-feira (25) o projeto de lei que estabelece um limite de 17% no ICMS
sobre bens e serviços que passam a ser considerados essenciais. O projeto
impede a aplicação de alíquotas de ICMS iguais às cobradas sobre produtos
supérfluos para bens e serviços relacionados a combustíveis, gás natural,
energia elétrica, comunicações e transporte coletivo. A proposta foi aprovada
pela maioria dos deputados federais e segue para análise do Senado Federal.
O texto estabelece um regime de compensação, pela
União, aos entes que precisarem refinanciar dívidas e aderir ao Regime de
Recuperação Fiscal (RRF), em razão da perda de arrecadação por causa da redução
do ICMS. Os estados nessa situação terão as perdas de arrecadação compensadas
integralmente pela União por meio de dedução nas parcelas do pagamento de suas
dívidas refinanciadas.
Pela proposta, a União também deve compensar
estados que tiverem perda de arrecadação, mas não aderiram ao RRF, por meio de
dedução do valor das parcelas dos contratos de dívida dos entes. Neste caso, a
perda com a arrecadação de 2022 deve ser maior que 5% em relação ao arrecadado
com este tributo em 2021. O texto ainda prevê que 25% de todo o ICMS arrecadado
no país fica com os municípios.
As compensações ficarão limitadas às perdas de
arrecadação com ICMS até 31 de dezembro de 2022 ou enquanto houver saldo de
dívida contratual do Estado ou Distrito Federal administradas pela Secretaria
do Tesouro Nacional.
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