Bolsonaro
critica vacina contra Covid e minimiza racismo no Brasil em TV americana.
O presidente Jair Bolsonaro
(PL) afirmou não ter se vacinado contra a Covid e fez críticas aos imunizantes
em entrevista à TV americana Fox News, exibida na noite desta quinta (30).
Na conversa, ele também
minimizou a existência de racismo no Brasil, o desmatamento na Amazônia e fez
críticas à esquerda e ao ex-presidente Lula (PT).
"Se alguém já contraiu
o vírus, a vacina realmente não ajuda. A vacina seria inócua. Foi o meu caso. É
porque eu não tomei a vacina. Mas comprei vacinas para todos os
brasileiros", disse o presidente, em conversa com o apresentador Tucker
Carlson.
Especialistas, porém,
recomendam que pessoas que tiveram Covid também se vacinem, pois a imunidade
garantida pelas vacinas é superior à gerada pelo contágio pelo vírus.
Carlson descreveu Bolsonaro
como o único líder mundial que assumiu não ter se vacinado, em tom de elogio. O
presidente disse ter ficado incomodado com a questão de que as fabricantes não
se responsabilizavam por eventuais danos colaterais. Em 2020, o governo
brasileiro demorou a fechar a compra de imunizantes. Desde o início da crise, o
país soma 671 mil mortes pela Covid-19.
"Eu não pedi que as
pessoas se vacinassem. Eu respeito a liberdade individual. Cada um é livre para
se vacinar ou não. E eu acredito que cerca de 20% dos brasileiros decidiram não
tomar a vacina", prosseguiu.
O presidente voltou a
defender remédios que não têm eficácia contra a Covid, como a cloroquina e a
ivermectina.
Em outro trecho da
entrevista, exibido de forma antecipada na quarta (29) e repetido nesta quinta,
Bolsonaro disse que uma vitória da esquerda nas eleições de outubro deste ano
fará com que esta ala se perpetue no poder.
"Se a esquerda voltar
ao poder, na minha visão, nunca mais deixará o poder e este país seguirá o
mesmo caminho da Venezuela, Argentina, Chile e Colômbia. O Brasil será mais um
vagão deste trem", disse Bolsonaro.
Na última pesquisa
Datafolha, o ex-presidente Lula (PT) registrou 19 pontos de vantagem, marcando
47% das intenções de voto no primeiro turno, contra 28% de Bolsonaro.
Ao longo da conversa,
Bolsonaro fez várias críticas ao adversário. "Mesmo antes de Lula tomar
posse, a esquerda pregava a divisão das pessoas em identidades, como negros e
brancos, empregados e patrões e pessoas do Nordeste e do Sudeste, e ganharam
apoiadores por isso", afirmou.
Em seguida, comentou sobre o
preconceito contra negros. "Há racismo sim no Brasil, mas não como é
frequentemente descrito. A maioria dos nossos jogadores de futebol é
descendente de africanos. Sem problemas", prosseguiu.
O presidente também
minimizou o desmatamento na Amazônia, e disse que o uso de mais tecnologia
ajudará a monitorar e proteger a floresta. "Não dependemos do interesse
internacional em preservar a Amazônia. É de nosso próprio interesse e, é claro,
queremos que esses esforços de preservação sejam recompensados de alguma forma,
por meios como créditos de carbono", afirmou.
Ao falar sobre violência,
disse que a flexibilização do acesso às armas de fogo ajudou a reduzir a
violência, e que pretende avançar nisso se for reeleito. "Seremos capazes
de passar leis sobre armas muito parecidas com as dos Estados Unidos",
projetou.
Os EUA possuem grande
facilidade no acesso a armas, mas convivem com ataques frequentes a tiros
contra cidadãos inocentes.
O apresentador Tucker
Carlson viajou ao Brasil para fazer um documentário sobre a influência da China
no país e está conduzindo seu programa diário a partir do país esta semana. Ele
gravou a entrevista com Bolsonaro na quarta pela manhã, em Brasília, e também
conversou com Flávio e Eduardo Bolsonaro, filhos do presidente, e com Filipe
Martins, assessor especial para assuntos internacionais.
Ao encontrar Bolsonaro,
Carlson posou para uma foto com um cocar, ao lado do presidente. Ao fundo,
havia uma estante com vários objetos, como um logo da Caixa Econômica Federal,
que geraram debates nas redes sociais.
Carlson, 53, é um dos
principais âncoras da Fox News, maior canal de notícias dos EUA dedicado ao
público conservador. Ele apresenta um programa de notícias e comentários
políticos, exibido diariamente na faixa das 20h na costa leste do país.
Ele já defendeu teorias sem
provas, como a da "grande substituição", que sugere que a entrada de
imigrantes nos EUA faria parte de um plano democrata para tornar o eleitorado
branco uma minoria no país e, assim, diminuir as chances do Partido Republicano
vencer eleições.
O apresentador americano tem
chamado o Brasil de "último país pró-EUA na América Latina" e o
considera como único que resiste aos esforços coloniais chineses.
"A China se tornou um
poder colonial dominante, tomando o controle de países por meio de acordos
econômicos, e então explorando os recursos naturais deles e controlando seus
sistemas políticos", acusou o âncora, na quarta-feira.
A China é atualmente o maior
parceiro comercial do Brasil.
O apresentador disse ainda
que o Brasil é um exemplo do que pode ocorrer nos Estados Unidos no futuro.
"O Brasil tem um clima político muito dividido. Há um partido
nacionalista, atualmente no poder e que controla o Executivo. De outro lado, há
um partido globalista. E o tom dos políticos aqui é amargo. Pessoas vão para a
prisão no Brasil rotineiramente quando perdem eleições", afirmou.
Em 2021, o apresentador
viajou à Hungria e entrevistou o premiê conservador Viktor Orbán.
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